Mar
Vermelho localiza-se entre África e a Ásia e é um Golfo do Oceano Indico. Pelo
estreito de Bab el Manded e Golfo de Áden, é possível a comunicação a sul com o
Oceano Índico e a Norte, onde se encontra a Península do Sinai e o Golfo de
Aqaba, a comunicação pode ser feita com o Mar Mediterrâneo através do canal do
Suez.
Tem uma
superfície de aproximadamente 450000km2 e é, sem duvida, a sua fauna
marítima que marca a diferença deste pequeno grande mar.
Mar Vermelho
Se à fauna juntarmos a visibilidade e temperatura de
água e ainda os míticos naufrágios, encontramos a combinação perfeita para
mergulhos de sonho.
Claro que o sonho é procurado por muitos dos que
mergulham e os “aglomerados” de mergulhadores passaram também a ser uma das
imagens características de alguns locais deste mar.
Optar por um Liveaboard,
embora já sejam muitas as empresas a operar, é ainda a melhor forma de evitar
as enchentes que os Daily –boats acabam por trazer.
Rota –
Norte
Liveaboard de sete dias
que permitiu a visita a alguns dos melhores naufrágios e ao famoso mergulho em
parede no Parque Nacional de Ras Mohamed com
imersões em Shark e Yolanda
Reef.
Todos os spots
são marcantes pela visibilidade, pela fauna, pelo historial que cada naufrágio
envolve, mas há sempre aqueles que dificilmente sairão da memória:
Carnatic
Navio construído em 1862 por Samuda Bros, aprox. 90m de comprimento e 12 de largura. Em
Setembro de 1869, numa viagem de ligação de Alexandria a Bombaim, encalha em Sha´AB – Reef Nuhuas carregado de
algodão, cobre e £40.000 em ouro.
Tendo acabado por naufragar ficou adornado e apenas em
1984 foi descoberto devido à sua proximidade ao naufrágio de Giannis D.
É um mergulho indescritível. Há algo de místico e
encantador neste naufrágio. Os 140 anos de submersão transformaram-no num Reef-wreck em que a vida e as cores se
misturam com os labirintos dos destroços. As amplas aberturas permitem
percorrer, de forma fácil, muitas das partes interiores do navio.
Carnatic
Giannis D
Giannis D era um cargueiro Japonês construído em 1969 e tinha
como nome original Shoyo Maru. Em
1975 é vendido tendo recebido o nome de Markos.
Em 1980 é revendido a uma empresa Grega e é aqui que recebe o nome de Giannis D. Naufragado em Abril de 1983 junto
a recife de Sha´ab Abu Nuhas, o mergulho neste naufrágio permite ter uma noção
plena da embarcação, pela visibilidade, pela posição em que se encontra
afundado que, embora partido mais ou menos ao meio, permite percorrer tanto a
proa como a popa.
É um mergulho que pode ser rentabilizado ao máximo,
com uma profundidade máxima a rondar os 20m, o regresso à superfície pode ser
feito lentamente percorrendo a zona que leva ao mastro e em que a sua subida nos
leva até aos 4m de profundidade.
O menos positivo no mergulho neste naufrágio,
está mesmo no número excessivo de
mergulhadores que o percorrem em simultâneo.
Giannis D
Thistlegorm
Foi construído em 1940, nos estaleiros de J.L.Tompson e Filhos em Sunderland – Inglaterra. Tinha 125m de comprimento e 18 de largura.
A 2 de Junho de 1941, num dos momentos cruciais da
segunda guerra mundial, zarpa de Glasgow com destino ao porto de Alexandria
(Egipto) com o objectivo de levar equipamento ao Exército Britânico. Carregado
com o mais variado equipamento militar , de onde se destacam motorizadas,
camiões Bedford,Jipes Morris, rádios, peças para aviões e comboios, botas e uma
abundante carga de munições, inicia a viagem. Com o mar mediterrâneo vigiado, a
opção foi contornar todo o continente Africano e seguir para Norte pela costa
Este de Africa até ao Mar Vermelho, onde chegou no dia 4 de Outubro tendo
ficado a aguardar ordens para poder atravessar o canal do Suez. No entanto, no
dia 6 de Outubro, Thistlegorm foi descoberto pelos bombardeiros Alemães que se
encontravam com base em Creta (Grécia). Embora existissem vários navios
ancorados, Thistlegorm foi o alvo escolhido e duas das quatro bombas lançadas
atingiram o navio praticamente em simultâneo e, uma delas, acertou na área de armazenamento
de munições. A explosão causada provocou o afundamento do navio o qual ficou
intocável no fundo do mar até 1955, ano em que Jacques Cousteau descobriu este naufrágio, embora não tenha
revelado a sua localização, a qual apenas passou a ser do conhecimento geral em
1992 , altura em que passou a ser um dos naufrágios mais visitados no mundo.
A visita a este naufrágio é, sem duvida, uma
obrigatoriedade para quem visita este mar. A possibilidade de ser feita por Daily boats (com partida de Sharm el Sheikh e Hurghada), pode transformar este local mágico, num verdadeiro
“mundo de mergulhadores”. Os Liveaboard,
muito embora já sejam muitas as companhias a operar, acabam por oferecer uma
boa alternativa, pois possibilitam que os mergulhos sejam feitos a horas em que
os Daily boats ou já saíram ou ainda
não chegaram.
Seguindo este princípio fizemos dois mergulhos. Um ao
fim da tarde e outro ao nascer do dia. O
de fim de tarde foi acompanhado por uma forte corrente, o que complicou a
chegada ao naufrágio, mas depois de lá estar foi a sensação plena de entrar
para outro mundo. A fauna muito abundante e em que um cardume de atuns parecia
querer acompanhar a descoberta do navio.
Após o primeiro mergulho, além da sensação do tempo voar, o que vem à
idéia é quantos mergulhos serão necessários para percorrer todos aqueles
recantos? O mergulho de nascer do dia, sem corrente, foi rentabilizado ao
máximo e mesmo assim, a sensação continuou a ser a de que ficou muito, mesmo
muito por ver. De uma forma muito abreviada, ficam alguns dados para que possa
haver um bom plano de mergulho:
Zona da
Popa
Profundidade : aprox. -30m
O que ver: Hélice; Leme Metralhadora antiaérea e
Canhão antiaéreo.
Zona do
rombo causado pela explosão
Profundidade: aprox. – 28m
O que ver: Dois tanques de guerra e na direcção
sudeste a aproximadamente 30m uma Locomotiva Stainer.
Zona da
Proa
Profundidade: -17m /- 16m
O que ver: para além da exploração externa que
abrange a zona de comando é aqui que se encontram as entradas para os
diferentes porões.
Porão 3: Carvão e permite a passagem para o porão 2.
Porão 2 : Zona superior – camiões, Jipes (Morris)
Motorizadas ( algumas com sidecar);
Zona inferior: Camiões Bedford;
motorizadas com sidecar e botas de
borracha. Permite ligação ao porão 1.
Porão 1 : O que se encontra mais próximo da proa. Zona
superior: Motorizadas; Inferior – geradores portáteis, peças para motores de
avião.
Bibliografia consultada:
www.aquatours.com
www.divesitedirectory.com
www.wreckadventures.com

Sem comentários:
Enviar um comentário