Tuc de Mulleres - Pirineus

Muitas das vezes escolhido por quem se quer estrear pelos 3000, o Tuc Mulleres possui duas grandes vias de acesso: Pelo vale Mulleres (túnel de Viella) ou por La Besurta.
Preferíamos ter feito uma rota circular, e o que inicialmente planeámos foi o subir por La Besurta e descer pelo Valle de Mulleres. Depois de estudada a logística de transporte, tivemos de alterar planos, pois transportes públicos de ligação entre Benasque e Viella não existiam e a única alternativa, para quem só tem um meio de transporte próprio, é mesmo o táxi. Depois de ponderados prós e contras, optámos por deixar o reconhecimento do Valle de Mulleres para uma visita futura.
Tuc Mulleres (3.013m) oferece uma vista privilegiada do Aneto e todo o maciço dos Montes Malditos e a sua fácil ascensão pode ser sinónimo de grandes grupos em todo o percurso e principalmente junto ao cume. Para que tal não acontecesse, optámos por bivacar a cerca de 2300m de altitude e, logo pela manhã, avançar a caminho do cume.



Iniciámos o trilho junto à Besurta seguindo o caminho bem marcado que nos leva ao tão conhecido Forau de Aigualluts.

Forau de Aigualluts

No Forau de Aigualluts, devido à sua formação karcica, a água do degelo, transportada, até ao Plan de Aigualluts, pelos canais do rio Ésera (Glaciares do Aneto; Barrancs e Tempestades) e Escaleta (Glaciar do Mulleres)desaparece numa área de apenas 1m2, reaparecendo a 3,6 km, numa distância em linha reta, já no Valle de Arán a 1.658m de altitude juntando-se ao Rio Garona que desagua no Oceano Atlântico e não no Mar Mediterrâneo, como o que acontece com as águas não infiltradas do Rio Ésera

Depois da cascata seguimos caminho, ainda marcado com a sinalização de pinos de madeira pintados de verde, até chegar ao Plan de Aiguallut

Plan de Aiguallut

À direita o Aneto marca presença de forma contínua

Aneto 

Depois de atravessar o Planalto a subida continua,pelo desfiladeiro de Escaleta, agora já só tendo como guias, mariolas que se encontram bastante presentes.
A subida do desfiladeiro leva-nos ao Vale de Escaleta. "Escaleta", que significa escada e que recebe este nome pela forma típica de erosão glaciar que o caracteriza.
Após a travessia do vale, um novo desfiladeiro tem de ser transposto, o que nos permite chegar a um novo vale onde se encontra o primeiro de três pequenos lagos. 



Primeiro Lago

Seguimos até ao terceiro lago, que se encontra já encaixado num "caos de pedra" e após reconhecimento de trilho a seguir, optámos por voltar a descer um pouco e pernoitar junto ao segundo lago.


Local de pernoita

O dia inicia deixando os pequenos lagos para traz e, a partir daqui, a subida torna-se mais acentuada começando a aparecer os primeiros neveiros. 



A subida continua por um labirinto de blocos de pedra em que mariolas marcam diferentes percursos com diferentes destinos, pelo que há que, depois de identificar o Tuc, “ler” o terreno e seguir o caminho que parecer melhor.
A ascensão ao cume faz-se por entre blocos de grandes dimensões e a “solução” é mesmo tentar "caminhar" por cima deles, sendo que muitas das vezes a opção é mesmo um constante subir e descer. 

A vista do cume permite ter idéia clara do trilho que dá acesso ao Tuc pelo Vale de Mulleres. Por esta via, o acesso ao cume é feito pela aresta que dá acesso ao Collado de Mulleres e por fim ao cume (3.013m).

Cume Tuc de Mulleres


A vista de cume é impressionante, além do vale de Mulleres, toda a face norte do maciço da Maladeta apresenta os seus contornos, permitindo ter uma idéia global de como o maciço de desenvolve, e facilmente se consegue localizar Aneto, Maladeta, Maldito, Salanques. Um excelente local para um exercício de identificação dos cumes do maciço.






A estratégia para evitar a enchente do cume resultou, o que permitiu estarmos durante algum tempo sozinhos no cume, mas à medida que a manhã avança, começaram a chegar os diferentes grupos, vindos essencialmente de Viella. Hora de regressar, novamente com destino à Besurta. 



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