PICO MALADETA

Dos mais bonitos e mais esquecidos picos dos Pirineus. A beleza não advém do cume em si, mas da beleza da vista que nos permite ter sobre o maciço, o que o transforma num "mirador" privilegiado para os picos vizinhos. 
O Pico da Maladeta, que dá o nome a todo o maciço, com 3.308m de altitude foi também já considerado o mais alto dos Pirinéus. Quando F. Parrot e P.Barrau, seguindo pela via do colo da rimaya, alcançaram este cume pela primera vez, a 29 de setembro de 1817, descobriram uma montanha mais alta e menos conhecida - Aneto.  Só vinte e cinco anos mais tarde A. de Franqueville, P. de Tchihatcheff, B.Arrazau, O.Redonnet, P.Sarrió e J.Sors chegariam aos 3.404m do teto dos Pirinéus.
A proximidade com o Pico do Aneto, faz com que a maioria de quem segue para este local, vá à procura do "mais alto" , deixando a Maladeta esquecida, longe das verdadeiras excursões que rumam pela montanha, o que acaba por despertar um interesse e atração especial a este cume.
Optámos pelo itinerário de subida com início na Besurta, passando pelo refúgio da Renclusa, onde, para quem pretender dividir a jornada em dois dias, é possível pernoitar. A partir do refúgio e até à zona de acesso ao “Portilon Superior”, a rota é comum à de acesso ao Aneto.

Os vários grupos que seguem caminho, na zona do Portillon Superior, alteram a sua rota fazendo uma viragem à esquerda que os permitirá chegar à zona de passagem para o Glaciar do Aneto. Para a Maladeta, o caminho segue em frente entrando no Glaciar com o mesmo nome. 





A passagem pela rimaya, que dá acesso ao corredor, faz-se sem dificuldade, desde que ainda esteja coberta por neve. Com o decorrer do verão, o subir das temperaturas, a rimaya fica aberta, podendo a sua travessia dificultar grandemente esta ascensão. 


Na aproximação ao corredor, impossível não olhar para trás para ver e desfrutar do cenário que nos permite observar o Pico Salvaguardia, o Pico de la Mina, o Puerto de Benasque entre ambos e lado Francês da cordilheira submerso num mar de nuvens.


A aproximação ao corredor faz-se paulatinamente, havendo a sensação de, repentinamente se erguer uma verdadeira parede em frente de nós. O corredor tem aproximadamente 100m, iniciando com uma primeira parte de terreno misto. A pendente, na fase inicial aproxima-se dos 60º, passando depois para os 45-50º. Dependendo da altura da temporada e das condições da neve, a opção para ultrapassar este sector da ascensão poderá ser abordada pela zona nevada do corredor ou pela zona rochosa ao longo desse mesmo corredor (lado direito), em qualquer dos casos e dada a exposição de toda esta área, deverá ser equacionada a montagem de pontos de segurança ao longo do trajeto.



Do final do corredor até chegar ao cume, há uma pequena travessia numa ampla aresta, primeiro em terreno misto (nesta altura da temporada) e depois apenas em rocha.

Pico Maladeta com Aneto e Maldito como cenário de fundo


Ibón de Cregüeña

O cume, num dia de boa visibilidade, permite uma vista previligiada ...enfim um local de excelência para localizar alguns dos locais emblemáticos do Parque Natural de Posets- Maladeta.
O regresso tem como ponto delicado, a descida do corredor. Com o adiantar do dia e com temperaturas de inicio de verão, a neve fica demasiado branda, pelo que a melhor opção será a de montagem e descida em rappel, em alternativa ao destrepe.
Ultrapassada  essa fase, continuámos pelo percurso inverso, com uma pequena paragem na Renclusa e seguindo caminho até à Besurta para dar como finalizada a jornada. 










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